"'Dai a César o que é de César... 'Esses assuntos são muito polêmicos, os Católicos devem se envolver enquanto defensores da dignidade humana, porém sou contra religiosos da politica, a maioria usa da boa fé das pessoas para conseguir um "cargozinho", não sei ate onde eu coloco a minha mão no fogo. O Pe. José Augusto falou enquanto cidadão e homem de fé, não acusou baseado em 'alianças'."
.Caro visitante, compreendo sua posição e, apesar de achá-la extremamente errada, a respeito. Vou deixar que o próprio Catecismo demonstre com suas palavras porque é dever dos Católicos procurar, não somente a dignidade da pessoa humana, mas o bem comum social através da política, que é o seu maior promotor, verbis:
1905. Em conformidade com a natureza social do homem, o bem de cada um está necessariamente relacionado com o bem comum[grifo nosso]. E este não pode definir-se senão em referência à pessoa humana:
«Não vivais isolados, fechados em vós mesmos, como se já estivésseis justificados; mas reuni-vos para procurar em conjunto o que é de interesse comum[grifo nosso]» (26).
1910. Se cada comunidade humana possui um bem comum que lhe permite reconhecer-se como tal, é na comunidade política que se encontra a sua realização mais completa[grifo nosso]. Compete ao Estado defender e promover o bem comum da sociedade civil, dos cidadãos e dos corpos intermédios[grifo nosso].
1912. O bem comum está sempre orientado para o progresso das pessoas[grifo nosso]: «A ordem das coisas deve estar subordinada à ordem das pessoas, e não o inverso» (31). Esta ordem tem por base a verdade, constrói-se na justiça e é vivificada pelo amor.
1915. Os cidadãos devem, tanto quanto possível, tomar parte activa na vida pública[grifo nosso]. As modalidades desta participação podem variar de país para país ou de uma cultura para outra. «É de louvar o modo de agir das nações em que, em autêntica liberdade, o maior número possível de cidadãos participa nos assuntos públicos»[grifo nosso] (33).
1924. O bem comum abrange «o conjunto das condições sociais que permitem aos grupos e às pessoas atingir a sua perfeição[grifo nosso], do modo mais pleno e fácil» (37).
1926. A dignidade da pessoa humana implica a busca do bem comum[grifo nosso]. Cada qual deve preocupar-se em suscitar e sustentar instituições que melhorem as condições da vida humana[grifo nosso].
26. Pseudo Barnabé, Epistula, 4, 10: SC 172, 100-102 (Funk 1, 48).
31. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 26: AAS 58 (1966) 1047.
33. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 3162: AAS 58 (1966) 1050.
37. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 26: AAS 58 (1966) 1046.
.Como você pode ver, a dignidade da pessoa humana, por si, não se defende, pois a sua prática e sua contemplação são meios para se atingir o bem comum. Cada católico reconhecendo a importância disso e principalmente a sua militância na política poderia causar uma transformação verdadeira em seu meio social, como ocorreu com a democracia cristã no pós-guerra italiano e alemão.
.Ademais, uma vez ouvi de um sacerdote em uma homília: "César também não pertence a Deus?". Obviamente que sim, tudo pertence a Deus! Se César não fosse da importância que é para o bem comum das pessoas e da sociedade em que elas estão inseridas, certamente Cristo não daria a este a estima que deu de que devemos pagar nossos impostos (mesmo que houvesse grande corrupção entre os cobradores de impostos da época).
.Ademais, vou colar a parte "Quem somos nós?" do lado da página para que você entenda melhor:
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