Por Salvatore Cernuzio
ROMA, sexta-feira, 25 de novembro de 2011 (ZENIT.org) - Por uma nova geração de católicos na política é o título do novo livro de Luca Diotallevi, professor de Sociologia na Universidade Roma Tre e Vice-Presidente do Comitê Científico das Semanas Sociais da Igreja. O livro foi apresentado em Roma nesta quarta-feira, 23 de novembro, no Centro Ecumênico Russo.
É um livro-guia, à venda a partir de 30 de novembro, que pretende responder a perguntas sobre a atual situação política que, nesta fase de transição, são mais urgentes do que nunca.
Em primeiro lugar, o livro pergunta se “existem as condições necessárias para os católicos desenvolverem uma verdadeira cultura política". E “a resposta é positiva", disse Diotallevi durante a apresentação do livro, diante de jornalistas, cientistas políticos e professores universitários.
“Precisamos de reformas importantes, mas faltam os reformadores”, disse o autor. “A Itália está enfrentando um déficit de reformas reais. Há uma necessidade urgente de reformas para acolher não uma política dos valores, mas uma política que traduza esses valores em cultura”.
Um toque de despertar para os católicos italianos, chamados a responsabilidades específicas diante “do que eles pedem da política e do que eles dão, ou não dão, ao desenvolvimento e à ação política”.
Nas últimas décadas, de acordo com o cientista político, os católicos têm sido mais relevantes e incisivos como eleitores, e, portanto, têm estado mais do lado da demanda política do que da oferta política: “A oferta política está completamente ausente do mundo católico. A atual presença católica no parlamento é quase inútil”.
A este respeito, ele afirma: “Nós temos que reforçar a presença dos católicos nos partidos políticos, apontando para a auto-organização, para competir pelo comando deles”.
No prefácio do livro há palavras fortes de Bento XVI e de vários bispos italianos: “Eu gostaria que esta época ajudasse a criar uma nova geração de italianos e de católicos que percebam a responsabilidade perante Deus como decisiva para a ação política”. Palavras que se intensificam na grave situação que a sociedade italiana está atravessando hoje.
O livro se desenrola em três capítulos. Neles, o autor aborda alguns "problemas" que tenta solucionar, ou pelo menos encaminhar.
"Como é que os católicos deram tanto espaço ao estatismo?" é o tema analisado no primeiro capítulo, que reflete sobre algumas oportunidades que "poderiam ter sido aproveitadas, mas ainda não foram", de acordo com Diotallevi.
No segundo capítulo ele aborda o mesmo problema, mas da perspectiva inversa: “Por que não aproveitamos, e muitas vezes nem sequer reconhecemos, algumas dessas oportunidades?”. Uma questão que, apesar de inconveniente, obriga a uma reflexão sobre a relação "estranha" entre o catolicismo italiano e a Lega Nord.
Finalmente, no terceiro capítulo, o professor Diotallevi pergunta: "Além das oportunidades, há ou não há condições para uma nova temporada de compromisso político dos católicos italianos?".
Ele opta pela resposta afirmativa. "O fato de que na Itália de hoje seja necessária uma nova geração de católicos envolvidos na política não significa que ela de fato vá manifestar-se. O resultado da reflexão é que uma nova geração de católicos envolvidos na política é algo realista e possível. Essa possibilidade concreta torna este caso moralmente relevante".
O livro faz reflexões, portanto, sobre as condições políticas favoráveis que os católicos encontram na Itália de hoje, e propõe, com base na catequese do Santo Padre, de Joana D'Arc e de Thomas Moro, que eles sejam testemunhas do compromisso cristão e eclesial.
.É neste sentido que o blog Católicos na Política faz a sua missão, e recomenda que os outros católicos formem sim bases partidárias e projetos com outros católicos.
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